sábado, 12 de junho de 2010

Cientistas criam primeiro anticorpo de plástico eficaz em organismo complexo


Anticorpos feitos inteiramente de plástico conseguiram salvar a vida de camundongos expostos a veneno de abelha. É a primeira vez que essa estratégia funcionou em animais.

Trata-se do primeiro passo para o desenho de anticorpos sob encomenda para uma gama de aplicações médicas, desde o tratamento de envenenamentos até o combate a infecções.

Anticorpos naturais são produzidos pelo sistema imune. Eles se ligam a moléculas específicas, chamadas "antígenos".

Os anticorpos de plástico, da mesma forma, contêm cavidades moldadas na forma exata para capturar moléculas-alvo.

Nesse caso, o alvo era a melitina, o componente mais tóxico do veneno de abelha.

Escultura

Kenneth Shea da Universidade da Califórnia, em Irvine, e sua equipe, produziram anticorpos contra melitina por meio de um processo de escultura molecular.

Eles usaram um catalisador para estimular a formação de polímeros ao redor de moléculas de veneno de abelha. Em seguida, dissolveram o veneno, deixando cavidades com o formato exato da melitina.

Shea injetou os anticorpos nos camundongos 20 segundos após a injeção de veneno. Todos os camundongos que não receberam tratamento morreram. Dos que receberam o anticorpo, 40% morreram.

Ação limitada

Anticorpos de plástico podem, de fato, imitar algumas das funções de anticorpos naturais: capturar toxinas e as enviar para o fígado para serem destruídas.

Mas outras funções de anticorpos naturais serão mais difíceis de imitar. Por exemplo, anticorpos naturais são capazes de se comunicar com outras células do sistema imune e preparar o corpo para futuras infecções, o que anticorpos de plástico não são capazes de fazer.

O estudo foi publicado no "Journal of the American Chemical Society".

sexta-feira, 4 de junho de 2010

The Coke Zero & Mentos Rocket Car

"A maioria dos leitores põem seus livros em sua biblioteca; a maioria dos escritores põem sua biblioteca em seus livros."

Sebastian Roch Nicolas Chamfort (1741-1794) - Escritor francês

Bióloga descobre molécula que faz fêmea de roedor ser atraída por macho


Um grupo de cientistas anunciou ontem ter descoberto a substância que permite às fêmeas de camundongos identificarem os machos de sua preferência.

A molécula, presente na urina, foi batizada de darcina, em referência ao personagem Darcy - um dos protagonistas do romance "Orgulho e Preconceito", de Jane Austin.

A descoberta foi anunciada pelo grupo de pesquisa de Jane Hurst, da Universidade de Liverpool (Inglaterra), que descreve a molécula em estudo na revista "BMC Biology ". Por ter esse papel de comunicação olfativa a darcina foi classificada como um feromônio.

Num experimento realizado pelos pesquisadores, camundongos foram submetidos a várias substâncias ativas do odor da urina de machos ou de fêmeas. O cientistas cronometravam então o tempo que passavam ao lado de cada uma das amostras.

"O contato com a darcina dobrou de maneira consistente o tempo que as fêmeas passavam ao lado da fonte do odor do macho", disse Hurst, em comunicado à imprensa. "Ao tocar a darcina com o nariz, as fêmeas memorizavam o odor daquele macho em particular, triplicando depois o tempo gasto perto do perfume daquele macho em especial, mas sem mostrar atração por outros."

A descoberta do grupo de Liverpool pode ganhar importância dentro da biologia. Esse tipo de feromônio já era conhecido em outros animais, mas não em camundongos, que são uma espécie de cobaia importante para experimentos. Já se sabia que as substâncias ativas na urina são usadas para demarcar território pelos camundongos, e o tamanho da área demarcada é usado pelas fêmeas como critério de seleção.

"Apesar de a darcina estar restrita a uma espécie [camundongos], feromônios similares que estimulam o aprendizado do odor de um indivíduo podem até estar por trás de algumas reações complexas e específicas de humanos", afirma Hurst.