quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Pense...

"O homem é um milagre químico que sonha."

Alfredo Conde (1945-) - Escritor espanhol


sábado, 12 de junho de 2010

Cientistas criam primeiro anticorpo de plástico eficaz em organismo complexo


Anticorpos feitos inteiramente de plástico conseguiram salvar a vida de camundongos expostos a veneno de abelha. É a primeira vez que essa estratégia funcionou em animais.

Trata-se do primeiro passo para o desenho de anticorpos sob encomenda para uma gama de aplicações médicas, desde o tratamento de envenenamentos até o combate a infecções.

Anticorpos naturais são produzidos pelo sistema imune. Eles se ligam a moléculas específicas, chamadas "antígenos".

Os anticorpos de plástico, da mesma forma, contêm cavidades moldadas na forma exata para capturar moléculas-alvo.

Nesse caso, o alvo era a melitina, o componente mais tóxico do veneno de abelha.

Escultura

Kenneth Shea da Universidade da Califórnia, em Irvine, e sua equipe, produziram anticorpos contra melitina por meio de um processo de escultura molecular.

Eles usaram um catalisador para estimular a formação de polímeros ao redor de moléculas de veneno de abelha. Em seguida, dissolveram o veneno, deixando cavidades com o formato exato da melitina.

Shea injetou os anticorpos nos camundongos 20 segundos após a injeção de veneno. Todos os camundongos que não receberam tratamento morreram. Dos que receberam o anticorpo, 40% morreram.

Ação limitada

Anticorpos de plástico podem, de fato, imitar algumas das funções de anticorpos naturais: capturar toxinas e as enviar para o fígado para serem destruídas.

Mas outras funções de anticorpos naturais serão mais difíceis de imitar. Por exemplo, anticorpos naturais são capazes de se comunicar com outras células do sistema imune e preparar o corpo para futuras infecções, o que anticorpos de plástico não são capazes de fazer.

O estudo foi publicado no "Journal of the American Chemical Society".

sexta-feira, 4 de junho de 2010

The Coke Zero & Mentos Rocket Car

"A maioria dos leitores põem seus livros em sua biblioteca; a maioria dos escritores põem sua biblioteca em seus livros."

Sebastian Roch Nicolas Chamfort (1741-1794) - Escritor francês

Bióloga descobre molécula que faz fêmea de roedor ser atraída por macho


Um grupo de cientistas anunciou ontem ter descoberto a substância que permite às fêmeas de camundongos identificarem os machos de sua preferência.

A molécula, presente na urina, foi batizada de darcina, em referência ao personagem Darcy - um dos protagonistas do romance "Orgulho e Preconceito", de Jane Austin.

A descoberta foi anunciada pelo grupo de pesquisa de Jane Hurst, da Universidade de Liverpool (Inglaterra), que descreve a molécula em estudo na revista "BMC Biology ". Por ter esse papel de comunicação olfativa a darcina foi classificada como um feromônio.

Num experimento realizado pelos pesquisadores, camundongos foram submetidos a várias substâncias ativas do odor da urina de machos ou de fêmeas. O cientistas cronometravam então o tempo que passavam ao lado de cada uma das amostras.

"O contato com a darcina dobrou de maneira consistente o tempo que as fêmeas passavam ao lado da fonte do odor do macho", disse Hurst, em comunicado à imprensa. "Ao tocar a darcina com o nariz, as fêmeas memorizavam o odor daquele macho em particular, triplicando depois o tempo gasto perto do perfume daquele macho em especial, mas sem mostrar atração por outros."

A descoberta do grupo de Liverpool pode ganhar importância dentro da biologia. Esse tipo de feromônio já era conhecido em outros animais, mas não em camundongos, que são uma espécie de cobaia importante para experimentos. Já se sabia que as substâncias ativas na urina são usadas para demarcar território pelos camundongos, e o tamanho da área demarcada é usado pelas fêmeas como critério de seleção.

"Apesar de a darcina estar restrita a uma espécie [camundongos], feromônios similares que estimulam o aprendizado do odor de um indivíduo podem até estar por trás de algumas reações complexas e específicas de humanos", afirma Hurst.

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Unicamp quer vida sintética capaz de produzir plásticos


Não é difícil resumir a missão das formas de vida que estão sendo projetadas por Gonçalo Pereira e seus colegas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). O lema é transformar o petróleo em coisa do passado.

"Vocês devem ter queimado uns dez dinossauros só para chegar aqui", brincou Pereira com a equipe de reportagem vinda de São Paulo, referindo-se ao uso de combustíveis fósseis -feitos à base de criaturas mortas há milhões de anos.

A dependência energética em relação à gasolina e ao diesel está levando o planeta para o buraco com a mudança climática, lembra ele, mas há outros usos do petróleo que a civilização do século 21 não consegue dispensar. Plásticos, por exemplo.

A não ser que os velhos micróbios que, por exemplo, já fazem etanol para mover carros aprendam truques novos.

Um dos planos da equipe é "ensinar" micorganismos ou plantas a fabricar a unidade básica do polipropileno, molécula que é a base de embalagens plásticas, peças de automóveis e outros produtos.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Refrigerante diet pode prevenir pedras nos rins

Da Folha.com

Alguns refrigerantes diet podem ter o potencial de prevenir o tipo mais comum de pedra nos rins, segundo uma nova pesquisa.

No estudo, os pesquisadores descobriram que as versões diets de refrigerantes populares com sabor limão -como 7Up, Sunkist e Sprite- continham quantidades relativamente altas de um composto chamado citrato. Ele é conhecido por inibir a formação de cálculos de oxalato de cálcio, a forma mais comum de pedra nos rins.

Os resultados, relatados no "Journal of Urology", sugerem que os refrigerantes podem ser uma arma extra para algumas pessoas propensas à formação do problema.

As pedras nos rins se desenvolvem quando a urina contém mais substâncias de cristal de formação -como o cálcio, o ácido úrico e o composto chamado oxalato- do que pode ser diluído pelo líquido disponível. A maioria dos cálculos renais são à base de cálcio, geralmente em combinação com oxalato.

Uma das razões pela qual certas pessoas são propensas a formar as pedras é que a urina contém relativamente pouco citrato, explicou Brian H. Eisner, urologista do Hospital Geral de Massachusetts, em Boston, e o principal pesquisador do estudo novo.

Por muito tempo, suplementos de citrato de potássio têm sido um tratamento comum para a prevenção de cálculos de oxalato de cálcio e de pedras de ácido úrico.

Níveis de citrato na urina

Ainda não se sabe exatamente quão eficaz é beber limonada para prevenir pedras, mas alguns médicos recomendam aos pacientes, de acordo com Eisner.

O objetivo do estudo, disse ele, foi averiguar se todas as bebidas disponíveis comercialmente tinha um conteúdo similar ao citrato da limonada caseira. Os pesquisadores escolheram o refrigerante diet ao invés do normal, para evitar o açúcar elevado e o teor calórico.

O estudo levantou que os refrigerantes diet sabor limão estudados apresentaram níveis de citrato ligeiramente superiores à limonada caseira. Bebidas à base de cola, por outro lado, tinham pouco ou nada do composto.

Se os refrigerantes podem realmente ajudar a prevenir pedras nos rins ou não ainda é desconhecido. Eisner informou que ele e seus colegas estão conduzindo atualmente um estudo para tentar responder à pergunta.

Por enquanto, o pesquisador disse que não está defendendo que quem sofre de pedra nos rins deve começar a beber refrigerante diet. No entanto, ressaltou que os pacientes são aconselhados a beber de dois a três litros de água ou outros líquidos por dia.

"Se beber esses refrigerantes ajuda as pessoas a alcançar esse objetivo, então isso pode ser uma coisa boa", disse Eisner.

Ele acrescentou que, mesmo em pessoas que não têm, naturalmente, baixos níveis de citrato urinário, quantidades moderadas de refrigerantes diet não são suscetíveis a causar danos, tanto quanto a formação de pedra.

Muitos refrigerantes contêm sódio e cafeína, mas Eisner e seus colegas dizem que, quando se trata de formação de pedra, não há provas de que o sódio e os níveis de cafeína no refrigerante diet apresentem algum risco.

terça-feira, 23 de março de 2010

Liga metálica superelástica pode melhorar edifícios contra terremotos

da Folha Online

Uma liga metálica criada por japoneses bateu o recorde de elasticidade para esse tipo de material, atingindo uma combinação sem precedentes de flexibilidade e resistência.

O novo composto suporta deformações de até 15% em sua estrutura e depois é capaz de retomar à forma original. A invenção pode ganhar aplicações que vão desde prédios imunes a terremotos até aparatos médicos microscópicos.

Ainda sem nome comercial, o material foi criado por físicos da Universidade Tohoku, em Sendai, no Japão. Para fazer o composto, usaram como base o ferro e o misturaram com níquel, cobalto, alumínio e tântalo, produzindo uma estrutura cristalina complexa.

O material obtido é quase duas vezes mais flexível que o nitinol - liga metálica de titânio e níquel que é a mais elástica até agora -, além de ser um pouco mais forte.

As propriedades da nova liga, à qual os físicos se referem como tendo "memória de formato", estão descritos em estudo na revista "Science".

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Aplicações

Cientistas já especulam o que podem fazer com sua nova liga de ferro, batizada provisoriamente com a sigla NCATB. Uma aplicação quase certa será a produção de "stents", os tubos de armação de arame que cirurgiões usam para restaurar vasos sanguíneos flácidos e deteriorados.

"Hoje, os stents cardíacos são instalados com o uso de níquel-titânio, mas o diâmetro da armação é grande demais para entrar em vasos do cérebro", afirma Toshihiro Omori, um dos autores do estudo sobre o material. "A solução para isso será a liga de ferro [NCATB]."

O cientista também aposta no material como um produto útil na construção civil. "Quando um prédio fosse deformado por um terremoto, uma liga superelástica poderia devolvê-lo à sua forma normal", diz.

Segundo os pesquisadores, a NCATB também possui propriedades magnéticas únicas para uma liga metálica superelástica, a que a torna candidata a uso em dispositivos especiais de geração de energia, como recarregadores de bateria que produzem eletricidade a partir do movimento do corpo.

Apesar de promissor, porém, o material ainda precisa superar "vários desafios técnicos e econômicos" antes de ser comercializado, diz Ji Ma, físico da Universidade A&M do Texas que comenta o estudo dos japoneses. "Felizmente, há mais maneiras de otimizar essa liga".

domingo, 21 de março de 2010

Fertilização de oceanos com ferro pelo clima prejudica ecossistema, alerta estudo

da Folha online

A fertilização dos oceanos com ferro foi proposta como uma forma de enfrentar as mudanças climáticas.

A ideia é de que o ferro promove o crescimento do fitoplâncton, que remove o dióxido de carbono da atmosfera através da fotossíntese. Quando o fitoplâncton morre e afunda, o carbono é isolado no fundo do oceano.

O entusiasmo com a ideia vem diminuindo, em parte devido à preocupação com a manipulação em larga escala dos ecossistemas marítimos.

Um estudo recente, publicado na revista científica "The Proceedings of the National Academy of Sciences" aponta para um risco específico: com a promoção do crescimento de certos organismos, o enriquecimento do ferro pode resultar na produção de uma neurotoxina, o que traria prejuízos ao meio ambiente.

Charles G. Trick e sua equipe, da Universidade Western Ontario, estudaram várias espécies de diatomáceas (organismos unicelulares) do gênero Pseudo-nitzschia.

Tóxico

Estes organismos produzem ácido domoico --aminoácido raro--, utilizado para ajudar no crescimento. Porém, este ácido é tóxico para muitos organismos, inclusive mamíferos aquáticos e seres humanos.

As grandes florescências de Pseudo-nitzschia nas águas costeiras causaram o envenenamento de leões marinhos que se alimentam de moluscos contaminados.

Alguns estudos haviam sugerido que, no meio do oceano, as diatomáceas não produzem a toxina. Mas Trick disse que o trabalho de sua equipe prova que essas pesquisas anteriores estavam incorretas.

As Pseudo-nitzschia colhidas no meio do oceano e sujeitas às experiências a bordo do barco de pesquisas produziram uma grande quantidade de ácido domoico. "Descobrimos que há muita toxina lá", disse ele. "Caso semeássemos com ferro, a quantidade de toxina aumentaria."

Os pesquisadores encontraram provas de que o aumento da produção de ácido domoico permitiu que as Pseudo-nitzschia invadissem outros fitoplânctons. "É mais tóxico do que antes e está presente em maior quantidade", afirmou Trick.



domingo, 14 de março de 2010

IBM projeta plástico biodegradável à base de vegetais

Pesquisadores da IBM anunciaram nesta terça-feira (9) a descoberta de uma forma de fabricar plástico a partir de plantas para substituir produtos à base de petróleo que prejudicam o ambiente.

A empresa promete a obtenção de um plástico biodegradável fabricado de tal maneira que permita economizar energia, segundo Chandrasekhar "Spike" Narayan, diretor de Ciência e Tecnologia do Centro de Pesquisas da IBM em Almaden, no norte da Califórnia.

Pesquisadores das universidades de Almaden e Stanford ressaltaram que seus resultados anunciavam o início de uma era de sustentabilidade para a indústria do plástico, com "produtos quase eternos que não encherão as lixeiras em todo o mundo".

"Esta descoberta e este novo enfoque por meio do uso de catalisadores orgânicos poderão nos permitir obter moléculas bem definidas e biodegradáveis a partir de fontes renováveis de uma maneira responsável" para com o ambiente, ressaltou a IBM em um comunicado.

A descoberta da "química verde" com "catalisadores orgânicos" permite obter um plástico reciclável várias vezes, em vez de apenas uma, como ocorre com o fabricado por meio do uso de catalisadores de óxido de metal.

Medicina

Esses "plásticos verdes" poderão também servir para aperfeiçoar tratamentos médicos, como o tratamento contra o câncer, destinado a eliminar as células malignas sem afetar as sãs.

"Estamos explorando novas formas de aplicar a tecnologia e nossa perícia em ciências de materiais para criar um sólido futuro sustentável para o ambiente", afirmou o diretor do laboratório de pesquisas, Almaden Cheng.

A IBM trabalha com cientistas na "Cidade saudita para a Ciência e a Tecnologia" de King Abdul Aziz para pôr em prática a descoberta.

"Estamos começando a estudar a variedade de coisas que podemos fazer com isso", ressaltou Narayan.

Os resultados do trabalho foram publicados nesta semana na revista "American Chemical Society's Macromolecules".

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Cientista cria etanol à base de casca de fruta e jornal

Da Folha Online

Da As cascas de frutas, sobretudo de laranja, e o papel jornal poderiam ser usados na produção de álcool combustível (etanol), revelou um estudo publicado nesta quinta-feira (18) pelo periódico "Plant Biotechnology Journal".

Esse tipo de combustível do futuro é mais limpo que o etanol derivado do milho, que, por sua vez, é menos poluente que a gasolina, segundo as pesquisas de Henry Daniell, cientista da Universidade Central da Flórida.

Segundo Daniell, com o álcool à base de frutas e papel, seria possível "proteger o ar e o ambiente das próximas gerações".

A tecnologia para a produção do combustível, desenvolvida com financiamento do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, utiliza uma combinação de enzimas para transformar as cascas de laranja e outros materiais residuais em açúcar, que é fermentado para sua conversão em etanol.

Esse álcool combustível, segundo o artigo publicado, produz menos gases estufa que a gasolina ou a energia elétrica.

Material abundante

Como os resíduos usados no processo são abundantes, a produção do etanol de frutas e jornal não comprometeria a de alimentos nem provocaria um aumento nos preços destes.

Só na Flórida, segundo Daniell, seria possível produzir 200 milhões de galões (1 galão = 3,75 litros) de etanol a cada ano a partir de cascas de laranja.

O cientista esclarece que, apesar das conclusões do estudo, são necessárias mais pesquisas até o trabalho desenvolvido em laboratório chegar à indústria.

No entanto, outros cientistas que fazem pesquisas sobre biocombustíveis disseram que os resultados obtidos por Daniell são promissores.

"Trata-se de uma grande conquista", declarou Mariam Sticklen, professora de ciências da Universidade de Michigan.

Em 2008, Sticklen recebeu um prêmio internacional pelo estudo sobre uma enzima do estômago das vacas que poderia ajudar a transformar a planta do milho em combustível.